Na Construção Civil, uma das estruturas mais importantes é a junta de dilatação. Sem ela, de nada adianta um bom projeto de edificação, o uso de materiais de qualidade ou a execução por um especialista.
Todo material possui uma variação de volume específica. Essa variação acontece devido à mudança de temperatura nas superfícies, e também por causa da movimentação sobre elas. Quanto mais quente o clima, maior é a dilatação do material. Quanto mais frio, maior sua compactação. O nível de dilatação também varia de acordo com a composição do produto.
Se paredes externas não contarem com juntas de dilatação, por exemplo, essas mudanças podem provocar fissuras e rachaduras. Como resultado, há grande chance de infiltrações, o que provoca problemas internos e ainda pode comprometer a segurança edificação.
Já a variação nos pisos pode provocar o “estouro” da superfície. Rachaduras e desprendimento das peças são igualmente comuns quando juntas não são instaladas. O mesmo para lajes, que ainda podem sofrer com o comprometimento da impermeabilização da superfície. A infiltração na laje é algo bastante perigoso, pois compromete a solidez de todo o imóvel.
Além destes, as vigas horizontais, que se apoiam em pilares, também requerem juntas de dilatação. Caso essas não sejam instaladas, podem ocorrer esforços exagerados sobre a estrutura. Como resultado, há trincas e fissuras, que comprometerão todo o sistema.
Ou seja: o uso de juntas de dilatação é fundamental para a segurança e durabilidade de qualquer construção. Isso inclui, além de imóveis, pontes, ferrovias, dutos e tubulações. No caso dessas últimas, as juntas são fundamentais, especialmente, caso os dutos conduzam fluídos à alta temperatura.
O cálculo do número de juntas e do tipo necessário para cada estrutura deve ser feito de modo individual. O engenheiro ou arquiteto devem considerar, sempre, fatores como a altura da construção, as variações de temperatura possíveis e o peso que a estrutura deverá suportar.
Como citado até aqui, o uso das juntas de movimento essencial sempre que a estrutura vai sofrer qualquer tipo de variação térmica. Por isso, este “acessório” deve ser aplicado em quase todas as áreas da Construção Civil. E não apenas por causa das mudanças de temperatura, mas ainda devido à mudança de volume do concreto. Com a secagem da água da mistura, o concreto sem juntas pode rachar e ter toda a sua qualidade e durabilidade comprometidas.
A junta de dilatação também controla o movimento das estruturas de modo vertical. Isso acontece em construções como muros, fachadas e na junção de dois ou mais edifícios, como as casas geminadas. Há ainda pontes, viadutos e passarelas, que sem as juntas poderiam vir a desmoronar.
Existem alguns tipos de dilatação, indicados para diferentes estruturas. Elas devem ser avaliadas por um especialista em Engenharia, para que sejam adequadamente calculadas e instaladas. Veja, a seguir, alguns dos tipos mais comuns de juntas de dilatação.
Uma junta de dilatação aberta é indicada para vãos de até 65 mm, especialmente em pontes para veículos. Com essa opção, o espaço entre uma peça e outra de concreto não possui preenchimento. Por isso, há a possibilidade de passagem de detritos e água da chuva entre os vãos. Esse espaço impede que as parte de concreto se choquem a cada passagem de um veículo, o que poderia provocar seu desgaste acelerado.
Juntas fechadas são preenchidas por diferentes materiais, como a cortiça, compostos plásticos ou peças metálicas. Elas são principalmente utilizadas em pontes e viadutos. Seu objetivo é impedir a passagem de água da chuva para o interior das construções.
A junta enterrada é pouco utilizada na Construção Civil, pois existem opções mais práticas — como as juntas de asfalto modificado, que citaremos a seguir. Ainda assim, ela é indicada para movimentações de até 30 mm na horizontal e de 1,3mm na vertical. A opção é chamada de “enterrada” pois, sobre ela, é instalada uma chapa de metal.
O ideal é utilizar esse tipo de junta apenas de modo temporário. Elas suportam movimentação de até 4 mm na vertical, e de 40 mm na horizontal. Ao redor da junta, é aplicado um asfalto modificado, enriquecido com elastômeros e agregados siliciosos ou basálticos. Isso reforça a estrutura e diminui ainda mais as chances de rachaduras e desgastes.
Muito utilizada em pontes, edifícios e túneis, a junta de compressão suporta movimentações de até 50 mm na horizontal e 3 mm na vertical. Ela é composta por uma tira de borracha, que é fixada nas extremidades da junta.
Neste tipo de junta, são suportadas movimentações de até 100 mm. A estrutura é composta por duas placas de metal, que deslizam uma sobre a outra. Cada uma das placas é presa a uma das extremidades da junta.
A junta de dilatação dentada é indicada para estruturas de grande porte e com tráfego elevado, especialmente de veículos. Ela pode suportar movimentações de até 500 mm na horizontal e é composta por duas placas metálicas. Essas placas são fixas nas extremidades das juntas, e possuem saliências e reentrâncias intercaladas. Assim, com a movimentação da junta, as peças podem se encaixar.
Existem diferentes modos de instalar as juntas de dilatação em uma estrutura. Eles variam de acordo com o tipo de junta, o tamanho da estrutura, e também conforme o fabricante do material. Por isso, é fundamental avaliar as instruções para cada item antes de utilizá-lo.
Independentemente da junta, porém, é preciso ter alguns cuidados. Para começar, a superfície em que ela será aplicada deverá estar nivelada e limpa. Ao fim da instalação, também é preciso, novamente, nivelar e limpar a área. Assim, ficarão prevenidas imperfeições ou pequenos degraus na superfície.
Além disso, é fundamental que a estrutura siga as normas estabelecidas de execução. Como a norma NBR 7187/2003 – Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido – Procedimento, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Há também regras internacionais, para o caso da compra de material de fora do País.
Agora você já sabe bem mais sobre a junta de dilatação. Ainda assim, não se esqueça de contar com o auxílio de um especialista! Apenas um profissional poderá garantir a melhor escolha e a segurança completa da sua construção.
Fonte: https://www.totalconstrucao.com.br/