As juntas de dilatação são componentes construtivos essenciais para garantir a integridade e a durabilidade de pontes e viadutos. Essas estruturas estão constantemente submetidas a cargas móveis resultantes do tráfego de veículos, que fazem com que elas se movimentem. Por isso, é preciso que o projeto preveja fendas entre esses elementos estruturais a fim de evitar pontos de fadiga no tabuleiro e o surgimento de manifestações patológicas, como as fissuras. “As juntas de dilatação são os elementos aplicados nos tabuleiros de pontes e viadutos com a finalidade principal de promover a vedação das fendas que permitem a movimentação das estruturas”, explica engenheiro Carlos Henrique Siqueira, diretor da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE).
Como estão localizadas nos tabuleiros, esses elementos construtivos precisam garantir a boa qualidade de rodagem para os veículos. “É fundamental que as juntas de dilatação proporcionem uma continuidade suave na superfície de pavimentação”, destaca.
Depois de aplicadas, podem surgir algumas falhas mesmo com pouco tempo de uso. “Conheço casos em que as juntas apresentaram problema antes mesmo de a obra ser aberta ao tráfego”, afirma o engenheiro. Esses problemas são resultados de projeto ou instalação inadequados, ou ainda, de produtos de qualidade abaixo do esperado. “Toda obra, ao adquirir as juntas, deve impor uma fiscalização da produção e do controle da qualidade por pessoal de sua confiança, garantindo que o material atenda às premissas normativas. É importante, também solicitar o projeto de instalação com procedimentos detalhados, além de requerer o prazo de garantia da perfeita funcionalidade”, recomenda.
Os serviços de manutenção ou substituição de produtos com problemas são questões que têm sempre que ser levadas em conta, inclusive sob o aspecto operacional da via, já que serão necessárias interdições parciais para realizar os reparos. “Em caso de falhas ocorridas durante o prazo de garantia, o responsável pela junta deve promover os reparos sem qualquer ônus”, fala o profissional.
As juntas de dilatação têm alguns de seus componentes normatizados pela ABNT NBR 7187/2003 – Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido – Procedimento. “Existem outras normas brasileiras e internacionais que detalham os requisitos mínimos que precisam ser atendidos pelo material. Se as juntas de dilatação forem importadas, a norma norte-americana ou a Eurocode podem servir para o controle da qualidade do recebimento”, finaliza Siqueira.
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